Máscara


Prefiro arrepender-me do que fiz, do que daquilo que nunca fiz. É assim que hoje começa o meu dia, começa o meu pensamento, começa mais um pedaço de mim.

Ao longo deste tempo fui-me tornando num viajante frio e sombrio num mundo que outrora era meu, mas perdi-o por sentimentos que me feriram e hoje sou o reflexo disso, também me tornei num viajante ao vento, que vivia na deriva de um olhar… Hoje pergunto o que sou, que metáfora se aplica a mim, podia dizer que sou um viajante perdido neste mundo, mas não, eu sou o Sérgio Soares! Se sou viajante? Sim sou, viajante na minha mente, no meu coração, nos meus sentimentos, se me arrependo do que fiz até hoje? Nada disso, porque lutei por aquilo em que acreditei, lutei pela minha felicidade!

Actualmente olho em volto e pergunto-me se tudo isso valeu as lágrimas e sorrisos perdidos, pois por querer ser eu mesmo perdi demais e conquistei tão pouco, por tirar a máscara de felicidade falsa revelei os meus fantasmas e afastei a magia dos sonhos… Hoje deixei de sonhar, de planear, de viajar… Mas mesmo assim vou conquistando aos poucos o que é meu, o que sempre esteve dentro de mim, isso chama-se Verdade, a Verdade do ser, onde o arrependido que existe é por aquilo que deixei a meio na estrada da vida, por aquilo que nunca pintei numa tela em branco, por aquilo que deixei os outros decidiram por mim.

Podem dizer que fui cínico, falso, mas não, simplesmente fui aquele que disse estar tudo bem enquanto se destruía por dentro, fui aquele que sorriu quando as lágrimas espreitavam o mundo feliz na sua singularidade, mas mesmo assim não me arrependo, pois consegui que as pessoas que me rodeavam fossem felizes.

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