Running Away

Quantas vezes olhamo-nos ao espelho e a pergunta que nos surge é “está tudo bem?”, mesmo que a resposta seja não, vamos mentir-nos a nós próprios e dizer que sim, está tudo bem, vamos querer viver assim, por vezes a fingir que está mesmo tudo mais que perfeito, até ao dia em que aparece alguém que nos vai fazer essa pergunta “está tudo bem?” e ai, mesmo que digamos q sim a resposta que iremos ouvir é nada mais que “não me mintas se não estiver tudo bem, senão tiveres mais nada para dizer não faz mal.

Iremos perder a máscara da dita “felicidade” vamos sentir um alivio vindo do nada, até podemos chorar ao dizer q não, não está tudo bem. Talvez alguns de nós vão pensar em “fugir”, deixar aquele lugar onde dizíamos ser felizes só para podermos olhar nos olhos os que nos rodeiam os que não queremos magoar com a nossa dita infelicidade, vamos mesmo gritar bem alto “sim, estou a fugir, estou a fugir deste lugar!”

Não vamos olhar para trás durante a partida, a fuga, vamos dizer que não fomos os únicos culpados por isto, que é muito tarde para ficar pois a ferida não sara custe o que custar, e não, não vamos ficar, vamos continuar a fugir, a fugir o mais rápido possível, mais rápido do que alguém nos consegue alcançar deste lugar a que chama-mos de solitário, mais longe do que alguém nos possa encontrar, vamos partir sim, vamos partir “hoje”.

Vamos fazer de tudo para ninguém nos encontrar, vamos deixar tudo e todos com o nosso passado, não vamos ouvir nada de ninguém, simplesmente vamos querer que os outros nos entendam, até que num dia como qualquer outro vamos olhar-nos ao espelho, vamos ver o nosso reflexo ali, aquela pessoa que fugiu, não ouviu ninguém, simplesmente deixou o passado para trás e com ele tudo o que realmente ele era.

Vamos perguntar-nos tudo o que queremos, mas não, não teremos respostas porque a maior das questões será… “Disse tudo o que tinha a dizer? Disse adoro-te quando ainda podia dizer? Ouvi quem mais me adora? Eu disse o que tinha? Posso voltar?”. Vamos perceber que o lugar que era solitário esteve sempre cheio de pessoas, de sorrisos, gargalhadas bem altas e alegres, vamos querer voltar, recuperar o passado, agarrar nesse mesmo passado e transformá-lo numa nova vida onde a fuga nunca irá fazer parte das opções da nossa vida.

Simplesmente fazemos planos, marcamos “golo”, mas fugir não é sinal de superioridade, pois quando dermos conta veremos que nunca dissemos o que a palavra no momento exacto, vamos perceber que a vida, o destino, a nossa felicidade somos nós que a fazemos, as nossas escolhas são os dados neste jogo, onde só sai vencedor quem tem força, pois o destino faz os parentes, mas as escolhas fazem os amigos.

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