2015
2015… Bem, por onde começar? Este ano foi uma autêntica
montanha russa. O ano passado não fiz nenhum balanço em palavras sobre 2014,
digamos que fiz apenas um balanço mental, pois considero 2014 como o ano das
perdas para mim.
Mas bem, falemos deste ano que está a terminar. Olho em
volta, sinto o vento e sinceramente não dei pelo tempo passar por mim, só sei
que o tempo avança pois o frio e o calor me fazem lembrar de tal.
Foi neste ano que fechei de vez a porta para o dito “amor”,
fechei por pura opção, já conheço o jogo, as regras, as faltas… Considero que
este ano tive mais conquistas que perdas. Consegui chegar ao 2ºano do meu curso
e destacar-me pela positiva no estágio. Mentalizei me que perdi definitivamente
algumas pessoas que antes eram como pilares na minha vida.
Deixei de ser a puta, o drogado que outrora o era… Deixei de
confiar, aprendi a desconfiar e talvez diga que “matei” de vez o Soares para
deixar de vez o “Subtil”. Sim, inconscientemente fui fazendo tal ato, mas não
me arrependo… por agora.
Percebi que os laços de sangue nada
importam quando na realidade não somos o filho, irmão, sobrinho ou neto
desejado… Quando na realidade somos homossexuais e esses ditos laços de sangue
quebram-se. Sim… Afinal, de quantas maneiras um coração, uma
alma podem ser destroçados e ainda continuar a bater, a viver? Nos últimos
meses, eu tenho passado por muitas experiências que poderiam ter acabado
comigo, mas isso não me deixou mais forte. Ao contrário, eu me senti horrivelmente
frágil, como se uma única palavra pudesse-me despedaçar. É esta a verdade.
Passei fome, frio, noites em claro… E se doeu? Não, ainda dói, porque passe o
tempo que passar nunca me vou esquecer das palavras proferidas pela minha mãe.
Mas pronto, a vida é assim… Cair sete levantar oito.
Este ano,
voltei novamente a sentir o calor da amizade… Virei as costas a quem me queria
mal e aprendi a sorrir verdadeiramente para três pessoas que chegaram sem aviso
à minha vida. E de uma coisa eu tenho certeza, se não fossem essas pessoas eu
certamente não estaria aqui agora, pois foram elas que nos meus pensamentos
mais sombrios souberam trazer luz e tudo isso sem se aperceberem nada. E por isso agradeço... André, Patrícia e Miguel. Mas sem nunca esquecer aquelas pessoas que por mais tempo que passe também estão lá... Ângelo, Ricardo e Gonçalo.
Reaprendi
o que significa a “amizade”, se é para sempre? Só o tempo o dirá. Aprendi o que
é ter “esperança”, reaprendi a lutar por mim… Embora às vezes o Viajante ao
Vento ainda chame por mim.
Neste ano
que está a terminar, reafirmei-me no curso, consegui trabalho, tracei objectivos,
criei a minha família, apanhei grandes bebedeiras, fui a festas perfeitas, jantares memoráveis, chorei de tanto rir, roubei quadros, fiz figuras no meio da rua, ofereci rosas a desconhecidos, andei descalço durante o serviço de almoço, entrei em carros que não eram meus, vi a minha vida a passar-me à frente… Mas também chorei, quis desistir, dormir e não mais
acordar, quis sentir-me a desaparecer de vez deste mundo, desejei matar, sonhei
fugir. Porém, tive altos e baixos, tal como todos, certo? Não sou mais que
ninguém e ninguém é mais que eu.
Simplesmente agradeço…
às pessoas que todos os dias me inspiram, à minha família. Agradeço também aquelas
pessoas que por vezes me conseguem libertar um sorriso... Obrigado Inês, Best e Norma.
No final deste ano
simplesmente digo… Eu mudei porque amadureci. Mudei porque passei por tantas e tão diversas
experiências que consegui aprender com os meus próprios erros, mudei porque me dececionei
com amigos, mudei porque me dececionei com amores, mudei porque conheci pessoas
tão especiais que fui capaz de me inspirar por elas e me espelhar nelas para me
tornar uma pessoa diferente, talvez uma pessoa melhor. O tempo passou, eu mudei
e nem tudo e nem todos me acompanharam.
Comentários
Enviar um comentário