Novamente


Já algum tempo que não sentia esta dor, este vazio… sinto que sou Viajante novamente, o Viajante do vento. O Viajante que habita num mundo onde quem reina é a o silêncio de mãos dadas com a escuridão, sinto que a solidão é quem me vigia.

A cada mexer do ponteiro, sinto-me mais frio e sombrio, sinto-me mais enojado de mim… pois é lamentável este sentimento de puro nojo que sinto dentro de mim, angustia, desesperado por algo que não está lá, não existe mais esperança... e quando tudo isso desaparece, sobram me as lágrimas, o meu coração desfeito em pedaços, uma solidão que dói mesmo rodeado de pessoas á minha volta, pois no meio da multidão sou aquele que caminha de cabeça baixa para esconder entre as suas expressões toda a dor que guarda como Viajante que sou novamente e o desespero por ouvir uma palavra amiga, algo que me faça continuar.

Em tempos deixei de ser o Viajante ao vento e foi ai que aprendi muito quando foram duros comigo e me expuseram todas as defesas a nú, tal quando alguém pinta uma chamada “obra de arte” foi assim que um eu que renasceu das cinzas.

Mas simplesmente nada sinto, nem o sol me ajuda a brilhar, sinto-me um perdido
no meio de todos os rostos que me rodeiam, chega por favor, não quero mais ser o derrotado. Simplesmente sinto-me um borrão de tinta negra, pois nem sequer daqueles que amo sinto mais amor... e é isso que faz voltar a ser o Viajante apagado, sem vida, a cada dia sem sentir minimamente confiança para erguer a cabeça num novo dia.

Pois agora no fim o que resta é isto, um borrão de tinta preta esquecido no tempo, perdido para sempre... borrão esse que sou eu, o Viajante sem alma ou coração que carrega com ele uma farto da pessoa fria e sombria pois tal como o artista que não voltou a visitar aquilo a que chamava de obra arte… Eu como Viajante posso não voltar a visitar este mundo que outrora foi o meu conforto.

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